Tem dias que o sol parece acordar
com um quê de novidade. Você sente a mudança, percebe que o ar está mais leve,
a vida faz um pouco mais de sentido, e os seus medos começam a se esvair...
Nesses dias você corre para o guarda roupa, pensa em sair casual, pega o seu
melhor jeans e se apronta para a vida.
Jocosamente, o velho jeans que estava
ali o tempo todo no seu guarda roupa, que era parte de você, seu estilo, sua
companhia, seu comodismo, hoje parece folgado, amarrotado, simplesmente não
cabe mais em você. Não para sua configuração atual. Não para esse seu novo eu!
E você se pergunta: o que aconteceu com o meu jeans favorito?
Cresceu? Mudou? Ontem à noite ele estava perfeito, combinou com a blusa que
ganhei sábado à noite. Quanta mudança em apenas vinte e quatro horas. É possível
que essas mudanças sejam reais? Mas o que é realidade? Talvez seja esse o
problema, combinar o novo com o velho. Costumo dizer que as mudanças ocorrem
cotidianamente, aos pouquinhos, e, sem percebermos, estamos renovados, com
gostos e aspirações distintas. Não que tenha ocorrido em apenas um dia, mas,
foi apenas neste novo dia que a mudança se fez revelar...
Ah, as mudanças! A renovação! Se
a gente bem soubesse abriríamos a porta da vida diariamente para o novo.
Deixaríamos velhas atitudes de lado, desejos irrisórios, amores que consomem
nossa energia, amizades que nos sugam, empregos que nos diminuem... Se corajoso
fossemos, seriamos muito mais felizes!
E então, doce amiga, sem muito
dilema, você percebe que o problema não está num simples tecido inanimado, mas
nos seus tecidos, sem entender muito bem o porquê de tudo, cada célula sanguínea
no seu corpo vibra por vida. Quer a emergência do novo, a delicadeza da realidade.
É como se você acordasse em plena segunda-feira, e percebesse que é hora de
mudar, hora de prosseguir, hora de parar de culpar os outros por seus erros,
hora de virar o olhar em direção ao novo. Hora de deixar para traz antigos
receios, relacionamentos que deram certos apenas no ontem, artigos ainda não terminados,
antigas dúvidas....
E, como uma ingênua aprendiz, você
para, olha em volta, sente a brisa leve da vida ao deslizar seus pés na areia
do mar, e descobre o tamanho da mudança latente em que se transformou. Sem
muita cerimonia, destrói antigos preceitos, inicia novas relações, veste seu
melhor sorriso, e decide fazer o que há de melhor nessa existência – VIVER!
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